Belém, 04 de novembro de 2009.
Fomos direto para o Salão Foyer do Theatro, lá onde estava pousado o caixão, bem diante da escadaria central que leva às frisas e aos camarotes. Ali estavam somente os mais próximos do músico, além de alguns poucos curiosos e muitos fotógrafos e cinegrafistas. E tal qual todos os velórios, o clima era de tristeza e consternação, os que acabavam de perder alguém, olhos fixos no caixote de madeira que agora guardava já não se sabia o quê.
Fora do Theatro, na larga calçada que hoje cobre o trecho final da Rua

Dentre todos, um chamou minha atenção: era um homem pequeno, humilde, e não sei se era fã ou se curioso, mas sei que gostou do filme e cantava as

E algum tempo depois de nossa chegada, já por volta de 23 horas, alguém teve a boa idéia de abrir o porta malas de um carro e colocar Verequete em alto volume, lá nas bandas do Bar do Parque: o carimbó ecoou e foi o que bastou para se armar uma festa alegre, como toda boa roda de carimbó deve ser, o ritmo dos tambores levando os dançarinos, amadores e profissionais, todos querendo festejar por Verequete ter existido.
E ao ouvir o barulho e algazarra, alguns dos que estavam no Salão mais reservado do Theatro saíram, viram e sorriram. Certamente sabiam que era aquele o velório que ele teria querido, verdadeira festa levada pelos tambores que agora serviam como seus sentinelas, na porta de onde repousava seu corpo!
8 comentários:
Nunca pensei que fosse reviver assim tão rápido a noite do velório de Mestre Verequete. É impressionante os detalhes observados por você! E como escreve bem...
Sem dúvida um dos melhores textos, Tanto! eeeeeee
Beijos.
Parabéns Tanto, excelente texto.
Qto a mim, preciso urgente aprender a manejar minha 'preciosa' para fotos noturnas , sem flash, claro! :-). postei estas somente.
W
Luana,
Acho que por isso escrevo, para relembrar certas coisas e guardar para sempre. E melhor: não ficam rodando tanto em minha cabeça.
W,
As fotos ficaram maravilhosas. Infelizmente não consigo ver aqui, mas quero dar uma olhada. No mais, treinemos para maio!
Fez bem de ter ido ao velório. Estivesse em Belém, eu iria com você.
Achei belo o seu texto. Também curti as fotos: os tambores na porta do velório, o chapéu sobre as mãos do homem, a multidão. Senti-me um pouco presente por meio do seu blog. Parabéns!
Um beijo, Nando.
De nada Elis. Que bom que consegui te passar um pouco do que foi a festa para Verequete!
Realmente bom texto. Não fui ao velório mas acompanhei pela tv, e agora aqui. Legais as fotos também. Gostei da foto da porto com os tambores.
Quase não acompanhei nada do velório de Verequete,mas lendo teu texto me senti por lá,mas lamentei por não estar realmente.
Não pude ir ao velório. Dalila estava doente.
Mas pude sentir a energia dele por meio desse texto.
Nem matérias de TV, com audio e vídeo, foram capazes de me dar essa sensação.
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