segunda-feira, 29 de novembro de 2010

É preciso sonhar

Fernando
Quando li tua crônica "Na minha rua" e dizes que tua rua é daquelas antigas me fez lembrar que estou te devendo, e aos leitores que comentaram o texto do Edson Carneiro, outras crônicas sobre Belém. Então, me veio logo à lembrança o capítulo  "É preciso sonhar", do belíssimo álbum Belém do Pará, publicado em 1995 pela Alunorte, com texto de Jota Dangelo e belíssimas fotogradias de Luiz Braga. Como diz o autor do texto sobre Belém, "... no meio desta História viva, embora tão abandonada. É preciso sonhar". Em anexo mando o texto e duas imagens de Belém reproduzidas no álbum.
Beijo
Regina Maneschy

É preciso sonhar

Jota Dangelo. 
In Belém do Pará. Alunorte, 1995, p.102-103

Se for possível, deixe-me ficar aqui à sombra desta vegetação, olhos perdidos no perfil longínquo da Ilha das Onças. Não me peça para ver como a cidade cresceu. Não estou duvidando. Apenas não me apresente aos verticais de vidro rayban. Não quero ver a cidade de coberturas e terraços. Se for possível, deixe-me ficar nesta viela, diante deste casarão arruinado. Não me arraste para estas curvaturas de concreto armado. São inevitáveis, eu sei. Modernas, eu sei. Mas, se for possível, deixe-me ficar aqui no Largo da Pólvora, junto a este coreto do princípio do século, sonhando que ainda existe ali, naquela esquina, o velho Grande Hotel na sua imponência de Rei. Não me convença a vagar por aí, simplesmente, neste chuvisco vespertino e reconfortante. Se for possível, leve-me ao Bosque Rodrigues Alves, ao Museu Goeldi e deixe-me ficar ali, tresvariando, certo de que, a qualquer momento, Pedro Teixeira surgirá em armas, chapéu de penacho, botas de cano alto. Quero o silêncio e a paz desta ilha de verdes, a companhia destes troncos e caules seculares. Não me convide ao burburinho de transeuntes e à sinfonia do tráfego, posto que aí estão, presentes e necessários. 
Mas se for possível, deixe-me no Largo da Sé, ao lado da Igreja de Santo Alexandre, porque ali marquei encontro com Antonio Landi, Padre Vieira e o pintor De Angelis. E já estou atrasado. Eu sei que é preciso ver os últimos conjuntos residenciais que estão sendo erguidos em muitos pontos da cidade e nada é mais convidativo que um passeio pelo Campus da Universidade, mas é que acabou de passar por mim uma mameluca azoada e roliça, que se meteu pela travessa da Vigia com dengos e requebros de quizomba... Mas já se foi. 
É preciso percorrer sim esta avenida ampla, sob este túnel de mangueiras, mas se for possível, deixe-me demorar um pouco nesta Rocinha: estou ouvindo risos de negras angolanas e há um cheiro de fervuras no ar. Deixe-me sonhar que Bates está lá dentro entre seus livros e coleções. Não insista para que eu mergulhe na trepidação da vida noturna, com suas luzes feéricas e intermitentes, o calor humano subindo a temperatura numa demonstração de vitalidade e juventude, e ainda bem que assim seja. Sei que os tempos estão em contínua mutação, e esta agitação é pertinente. Mas é que ouvi, há pouco, pregões de vendedores no Largo do Carmo e som de tambores candomblés no Porto do Sal. O tempo é curto e ainda não fiz minhas compras na Paris N’América e há um concerto hoje à noite no Teatro da Paz, regido pelo Maestro Vicente Collas. Compreenda minha urgência: sei que há sorveterias irresistíveis, que há mocidade nas ruas e nas praças, mas tenho pouco tempo. 
Se for preciso, deixe-me aqui mesmo, pois estou vendo aproximarem-se as gôndolas sonhadas por Gaspar Gronsfeld, que imaginou ver o Piry transformado numa Veneza Tropical. Está vendo os canais que ele projetou, com cais de pedra, ladeados de árvores frondosas de mistura com plantas ornamentais?   
Não me interprete mal. Não tenho nada contra este pulsar da vida, este esplendor de luzes, este encantamento que se irradia e se projeta das gerações esperançosas em direção ao futuro. E que lá chegarão, repetindo a valentia e a trajetória de seus ancestrais. Mais é que neste momento sou muitas Beléms. Todas as Beléms. Por isso, deixe-me aqui. No meio desta História viva, embora tão abandonada. Deixe-me nesta Belém, ao pé do Forte do Castelo, vendo chegar a noite para envolver as águas mansas do Guamá, luziluzindo estrelas neste céu de chumbo. Não se preocupe. Breve virão buscar-me. Sonhei Belém. Não me é preciso mais nada. 

A imagem abaixo reproduz a página 108 do Álbum. Cidade de Belém do Grão–Pará. Acima, Prospecto do poente. Abaixo, Prospecto do norte. Desenho de João André Schwebel. Serviço de Documentação Geral da Marinha, R.J. 

domingo, 28 de novembro de 2010

Percepção

Nas diferentes imagens, o que você vê?
 Quantos rostos você vê?
 Consegue ver o nenem?
 Essa é fácil... Um casal. Não?
 O cavalo e o sapo.
 Um rosto.
 As mulheres.

sábado, 27 de novembro de 2010

O que esperar?

Segundo dados do UOL Eleições, em 2008, quando Duciomar Costa se reelegeu para o segundo mandato de Prefeito de Belém, a cidade contava com uma frota espetacular de 140 mil carros, 2.265 ônibus e 28,3 mil motos. 
Nesta época o trânsito já era um grande problema, verdadeiro vespeiro que ninguém ousava tocar, e assim ficou. 
Hoje a cidade se mostra impraticável: A frota de carros só fez aumentar. Cresceu o número de motos por conta da liberação dos mototaxistas. O transporte coletivo, esses 2.265 ônibus, só se sucateou mais.
Antes havia horário para engarrafar e ruas problemáticas. Hoje temos engarrafamentos a qualquer hora e em praticamente todas as ruas importantes.
O trânsito em Belém se resume da seguinte forma: Qualquer trajeto na cidade, por menor que seja, demorará ao menos 20 minutos - O transporte público representa uma sacrifício - Ninguém regula os mototaxistas, o que só faz piorar o caos geral.
A Governadora tentou ajudar, já no final do seu mandato, com a construção do Elevado Daniel Berg (e conseqüente reformulação do sistema viário nas proximidades do aeroporto). Para os motoristas acostumados à confusão permanente naquelas bandas, realmente a ajuda foi válida - e só tenho escutado bons comentários sobre a obra.
Por seu lado o Município parece completamente inoperante (dizem até que o Prefeito nem mora mais na cidade!). As vias estão sem manutenção e algumas parecem ter sido bombardeadas em alguma guerra. Outro dia circulei pela Timbiras e não consegui imaginar o que é morar naqueles trechos transformados em lamaçal. Pior ainda é a Pariquis, freqüentemente submersa e impregnada do odor desagradável de esgoto.
O que espera o próximo Prefeito em 2012? 
Certamente muita confusão e problemas para resolver. O eleito deverá vir armado de dose extra de competência e paciência, e pelo bem da cidade, que é uma cidade maravilhosa, espero que o povo escolha com sabedoria
Requisito básico exigido do próximo Prefeito: que ao menos more na cidade...

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

França Profunda


Sabrina tinha 23 anos quando seus pais resolveram usá-la como parte do pagamento por um carro usado. Ela foi estimada em 750 euros (cerca de dois mil reais) e assim a negociação foi concluída. Isso tudo no ano de 2003, na região de Seine-et-Marne, área central da França, em um acampamento miserável de trailers.
O casal Franck Franoux e Florence Carrasco, que aceitou Sabrina como pagamento, passou a utilizá-la para os mais variados fins: como escrava doméstica, Sabrina cuidava da casa e dos sete filhos de seus donos; como escrava sexual, ela servia às vontades dos dois e, eventualmente, era obrigada a se prostituir. Geralmente ela dormia ao relento, mesmo no rigoroso inverno francês, e se alimentava somente com as sobras da família. Por diversas vezes ela foi estuprada e torturada.
O calvário de Sabrina, que revela uma face quase esquecida de certos problemas, os crimes sexuais que parecem existir somente na cruel realidade de países subdesenvolvidos, durou de 2003 até final de 2006 – quando a mulher, gravemente doente, passou a representar um estorvo para seus donos.
Pesando pouco mais de 34 quilos, Sabrina foi largada diante de um hospital de Paris. Ela não tinha mais nenhum dente e seus cabelos estavam raspados. Orelhas e nariz, mutilados durante anos seguidos, foram reconstruídos após diversas cirurgias. Pelo corpo, além de hematomas e cicatrizes, inúmeras queimaduras decorrentes de tortura.
Após a descoberta da desgraça que ocorria em uma região próxima à elegante capital francesa, 14 pessoas foram presas e serão julgadas – dentre elas, os pais que venderam a filha. Se forem considerados culpados, os acusados poderão ser condenados a penas que variam entre dois e 15 anos de prisão (o julgamento está previsto para terminar em 17 de dezembro de 2010).
Enquanto isso Sabrina, hoje com 30 anos, busca ter uma vida normal – mesmo que a convivência com o pesadelo seja ainda muito próxima: “Em algumas noites eu tenho lembranças. Eu não durmo”, afirmou ela ao jornal Le Parisien.
Realmente, deve ser difícil dormir com tanto barulho a atormentar a vida, as marcas na alma que conseguem ser piores do que as marcas no corpo.
As informações são da BBC Brasil e da Elle francesa.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Me chute, ou o mundo não está contra você*


*Texto publicado originalmente no Muita Pimenta em 19/11/2010.
De repente o mundo parece estar contra você.
De manhã, o trânsito absurdo e a briga por estacionamento. No trabalho, cobranças desnecessárias e desgaste com pessoas que você vê todo dia. No meio da tarde, do nada, toca o celular e sua mãe que não está tendo um bom dia, resolve estragar o seu também. Na hora de voltar para casa, com fome e sono, todos os carros na pista parecem atraídos pelo seu veículo num festival de total ignorância as regras de trânsito. Já na frente de sua casa você descobre que o problema de estacionamento é universal. Então você acaba parando longe, muito longe…
O que fazer para relaxar?
Quem sabe ir andando até a praça e correr um pouco, ficar em forma e espairecer as idéias? Era uma excelente idéia até o momento em que um motorista de ônibus resolve furar o sinal vermelho e quase te atropela em plena faixa de pedestre. Mas não, ainda não foi desta vez. O motorista erra por pouco e vai embora, some por entre as ruas escuras da cidade. A ti, resta o nervosismo e o estresse, tudo estourando como bomba de 1000 megatons no peito, a cabeça que gira por conta da raiva e do sentimento de impotência.
Quando foi a última vez que você se sentiu assim (fora todos os dias anteriores com a mesma rotina)?
Talvez tenha sido naquele fatídico dia em que, no colégio, grudaram um cartaz dizendo “chute-me” nas suas costas. Você nem percebeu a graça, não é? Só foi notar que havia algo de errado quando levou o terceiro golpe por nada…
O nosso maior problema é achar que o mundo está contra nós, que as pessoas acordam, se banham, tomam café e saem de casa com um único objetivo – destruir seu dia e, quem sabe, sua vida.
Na nossa cabeça, ao final de um dia com rotina igual ou mais radical que este, só restaria uma verdade: O problema é comigo.
Surgem várias teses, desde a divina (estou pagando por meus pecados) até a da desistência e do falso desapego (vou embora, vou partir desse lugar, deixar tudo e ser feliz).
A verdade, meu amigo, é bem menos egocêntrica.
A geometria da vida é cruel com todos, quase sem exceção (ficam de fora as crianças que ainda podem assistir toda a Sessão da Tarde sem perturbação).
Aqueles que você encara como seus inimigos na hora da procura por uma vaga te olham da mesma forma. Ninguém quer realmente prejudicar ninguém. Todos querem, somente, largar seus carros e correr para seus trabalhos maçantes.
Da mesma forma, aqueles com quem você discute no trabalho estão tão cansados quanto você. Todos querem uma semana de folga surpresa (de preferência com uma viagem para a Martinica com tudo pago) e um salário um pouco melhor.
Também é assim com aqueles que te trancam na rua. Eles podem simplesmente estar com sono ou se defendendo de outros motoristas (e com isso não quero livrar a cara dos que realmente são barbeiros).
E a mãe… Bem… Quem consegue explicar as mães? Ela pode ter tido um dia duro ou estar irritada com a empregada que não apareceu, com a filha que não estuda, com a máquina que quebrou e não lava mais nada. Tantas coisas.
Agora chegamos na parte crucial: e o motorista de ônibus que furou o sinal e quase te matou? O que justifica?
Eu te diria: o cara ganha pouco, deve ter os mesmos problemas que eu (ou mais problemas), passa o dia dirigindo um veículo enorme, pesado, quente e cheio de gente que na maioria das vezes reclama do serviço prestado. Isso sem pensar aonde ele deve morar, o quão distante e longo será o trajeto de volta para casa, ele já no limite de suas forças após um dia dirigindo no trânsito doido da cidade.
Quer ir mais fundo? O cara ainda vai estacionar aquele monstrengo na garagem da empresa, prestar contas ao patrão, lavar o veículo… e tomara que não tenha vômito no chão pois é ele mesmo quem vai limpar.
Sinceramente, não creio que justamente aquele motorista seja o menino de quem você roubou bolinhas de gude na infância e que prometeu se vingar um dia.
Tento ver somente um homem cansado e esgotado, obrigado a cumprir horário de chegada e doido para que o dia acabe. De repente, quem sabe, ele nem mesmo te viu. Se tivesse visto, certamente não teria avançado.
Meu ponto de vista? O mundo não está contra você e nem há uma placa escrito “chute-me” grudada nas suas costas. O mundo é simplesmente um local difícil de se viver e nem todos sabem como lidar com isso.
Pense nisso da próxima vez que sair a rua e depois me diga se as coisas ficaram um pouco melhores.Enquanto isso nos resta ter paciência e lembrar sempre que o mundo é um local difícil para todos.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Suzana, te amamos

Suzana Vieira, sempre ela, foi vista fazendo compras em um mercado de bairro, perto de sua casa no Rio de Janeiro. Significa dizer que ela é humana  como eu e você (mas isso vocês já deviam saber).
O que vocês não deviam saber, e pra isso sirvo eu, é que esse ao lado é o filho mais novo da atriz...

O grande dia

Foi hoje o grande dia - abertura do Campeonato Internacional de Malabarismo de Massas da rede Spoleto. Foi no Clube Monte Líbano, Rio de Janeiro, às 17 horas (e você assistindo novela...). As regras são simples: cada candidato tem três minutos para se apresentar. Ele deve fazer pelo menos um movimento com todos os utensílios que for utilizar, além da massa que deve saltar da frigideira direto para o prato (justamente aquilo que todo mundo tenta fazer, somente para ter de limpar toda a cozinha no final). A criatividade, claro, é fundamental, além da simpatia e boa comunicação para garantir uma performance bacana.
Serviço: Campeonato de Malabarismo de Massas - 18 de novembro, a partir das 17 horas no Clube Monte Líbano Avenida Borges Medeiros, 701 - Lagoa. Rio de Janeiro - RJ. Tel.: (21) 2239-2399
Entrada franca. Vagas limitadas.
Não tente isso em casa.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

142

Cento e quarenta e dois...
Quando aprendi a escrever e somar, uma das matérias de que mais gostava era a escrita dos números por extenso. Afinal, para um aluno que freqüentemente travava lutas com a matemática, aquela matéria rendia boas notas e rasgados elogios. Podia não ser bom com os números, mas certamente era bom com as letras.
Hoje resolvi escrever cento e quarenta e dois assim mesmo, por extenso.
Não quis escrever o simples 142, o que seria mais fácil, mais rápido e menos oneroso.
O cento e quarenta e dois assim, grande, é para que vocês tenham uma pequena real noção da quantidade de mortos nas estradas brasileiras neste feriado.
Cento e quarenta e dois mortos entre sábado (12) e segunda (15), feriado prolongado da Proclamação da República. O feriado de Deodoro somente perde em número de mortos para o do Rei Momo. No carnaval deste ano foram cento e quarenta e três mortos em quatro dias de folia.
Cento e quarenta e três...

P.s.:
Somente para fechar as contas, seguem os demais números:
Dois mil quinhentos e cinqüenta e dois ACIDENTES,
com Mil quatrocentos e oitenta e seis FERIDOS e
Cento e quarenta e dois MORTOS.
Minas Gerais lidera o macabro ranking com 430 acidentes e 35 mortos.

Fonte: Folha

sábado, 13 de novembro de 2010

Quando é com você

Sempre vi campanhas rolando na internet pelos mais variados motivos. Muitas delas são para ajudar pessoas doente, pessoas que teriam uma chance de se curar se tivessem o dinheiro suficiente para caros tratamentos e consultas com médicos quase inacessíveis. Para ser bem sincero com vocês - e acho necessário que eu seja - ajudei somente uma dessas tantas campanhas e de modo bem relutante. O fato é que não conhecia nenhuma das pessoas que precisavam ser ajudadas, não tinha contato com o drama pessoa pelo qual ela passavam e acabei me mantendo distante com aqueles velhos pensamentos: não é comigo. Não conheço. Não me atinge.
Mas quando é com você, com uma pessoa que você conhece, o que sentir? E quando você acompanha o dia-a-dia de alguém em uma situação com esta, quando você vê e acompanha o drama de uma mãe que tem a filha doente e não sabe o que fazer, que não tem condições plenas de dar o tratamento adequado?
Pois foi o que aconteceu recentemente com a Cláudia e sua filha, Catarina. Não perderei tempo explicando a situação, deixarei isso para quem está envolvido, publicando e-mail que a Cláudia enviou à médica e amiga Nicole.

Amigos,
Há um ano, a Catarina, então com 15 anos, foi internada com dores abdominais e ascite (acúmulo de líquido no abdome). Durante os 16 dias em que esteve no Hospital, fez exames de várias áreas (infectologia, hematologia, gastro, ginecologia, dermatologia, oncologia, pneumologia…) saindo para acompanhamento hematológico com suspeita de púrpura tombocitopênica.
Esta hipótese foi descartada e começou-se a pesquisa hepatológica, visto que um dos sintomas era o aumento do fígado e do baço. Desta pesquisa (que teve, inclusive biópsia hepática) chegou-se apenas a pedras na vesícula e a indicação de que fosse uma doença auto-imune. O hepatologista indicou pesquisa com reumatologista.
Mais um conjunto de exames foram feitos, descartando-se as possibilidades desta área (inclusive lúpus). Retornou-se à hematologia.
Neste segundo momento de pesquisa hematológica chegou-se ao fundo das hipóteses, já pensando em doenças raras como Doença de Gaucher, que foi pesquisada no Laboratório de Erros Inatos do Metabolismo, da UFPA. Esta pesquisa não foi conclusiva e nova amostra será analisada no Hospital das Clínicas de Porto Alegre.
Novamente em outubro, a Catarina começou a apresentar aumento abdominal (ascite) e foi internada no dia 30, já com dificuldades respiratórias provocadas por novo derrame pleural.
Devido ao seu estado hematológico de pancitopenia (perda de hemácias, leucócitos e plaquetas) não pode ser submetida a uma paracentese (drenagem do abdomem) nem a drenagem pleural e encontra-se em casa, sendo tratada para que os sintomas não se agravem.
Enquanto não se fechar o diagnóstico, não se pode atacar a doença.
Atualmente, Catarina está debilitada, sob risco de uma infecção, por exemplo.
É urgente o diagnóstico que, segundo os médicos de Belém, não existem meios locais para tal. Por isto foram indicados a médica hepatologista pediátrica Gilda Horta do Hospital Sírio-Libanês e o Setor de Hepatites da UNIFESP e, para tanto, a Catarina precisa viajar para São Paulo.
Claudia Nascimento
A Nicole criou um blog onde serão postadas informações sobre a situação toda - e por onde as pessoas poderão ajudar. O primeiro passo é apoio para que Cláudia e Catarina possam viajar a São Paulo e começar as pesquisas necessárias sobre a doença. Então, para ajudar com QUALQUER QUANTIA, é só fazer um depósito em nome de CLáudia Nascimento no Banco do Brasil:
Agência: 1846-5 - Conta 88.306.344-1 
A para quem quiser falar com a Cláudia para ter melhores informações e esclarecimentos, ou mesmo mandar uma mensagem de força, aqui estão os tuites dela (@crodia) e da Catarina (@cacacelinda).
Antecipadamente, agradecemos a todos.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Palavra do Dia n.º 34

Não quero dar muitas explicações sobre esta palavra. Basta dizer que gostei dela.
Nefelibata (grego nephéle, -es, nuvem + -bata)
adj. 2 gén. s. 2 gén
1. Que ou pessoa que anda ou vive nas nuvens. 2. Que ou quem é muito distraído. 3. Diz-se de ou escritor, geralmente excêntrico, que faz prosa e versos nebulosos.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Cães?

Na cidade de Eureka, no Estado de Montana, EUA, um gato fugia de cães que queriam lhe trucidar quando resolveu se esconder no motor de um carro estacionado. E como os cães queriam muito trucidar o gato, vejam bem o que fizeram com o carro.
Carros de plástico: aposto fazer isso com um Fusca.
O dono do carro, coitado, quando viu o estado do seu veículo no dia seguinte, chegou a pensar num ataque de Pumas selvagens. Os cães, presumem os moradores do local, eram dois rottweilers, mas tal fato não foi comprovado. Já o gato, pobrezinho, refeito do susto passa bem.
Noticia: G1

Mariano Klautau pai

Faleceu hoje o sociólogo Mariano Klautau, grande defensor de Outeiro e pai do fotógrafo Mariano Klautau Filho. Ainda não tenho notícias sobre velório. Assim que as tiver, repasso aos leitores deste blog, muitos dos quais amigos de ambos.

Atualização em 17h15min: o velório será na Capela do Recanto, na Trav. Diogo Moia, 1264, próximo à Alcindo Cacela.

domingo, 7 de novembro de 2010

Enquanto isso, em Maceió

A manchete revela o absurdo: "Após 30 assassinatos, moradores de rua de Maceió dormem em árvore e em porta de delegacia para fugir da violência". Todos os assassinatos ocorreram este ano, a maioria durante a noite ou de madrugada. Mais da metade dos casos ocorreu sem a utilização de armas de fogo, mas sim com armas brancas ou espancamento. Segundo a Polícia Civil, como os crimes foram isolados, sem nenhuma ligação aparente entre si, não há indícios da existência de um grupo de extermínio (a maior parte dos assassinatos, segundo apuração da Polícia Civil, foi motivada por acerto de contas entre os próprios moradores).
O único albergue público da capital tem somente 50 vagas, número insuficiente para atender aos necessitados que habitam as rua de Maceió. E foi diante dessa situação cruel que começaram a surgir fórmulas inovadoras em busca de salvação e proteção: José André da Silva, 29 anos, construiu uma casa de madeira e lona em cima de uma árvore, no mirante de Santa Terezinha, ponto movimentado do bairro do Farol, centro da capital alagoana. Outros, menos criativos - mas igualmente desesperados e temerosos - passaram a dormir na porta de delegacias.  A preferida é a delegacia de Homicídios, no conjunto Santo Eduardo, onde "esta semana dormiram oito moradores de rua (...). Eles disseram aos meus policiais que se sentiam mais protegidos lá", contou a delegada de Homicídios de Maceió, Rebeca Gusmão.
O mais absurdo é que a notícia chamou a atenção de todas as autoridades que poderiam por fim ao drama: da Secretaria Nacional dos Direitos Humanos ao Ministério Público Estadual, da Justiça à polícia, todos se uniram para por um fim à matança, não obtendo êxito até o momento. Segundo o secretário de Assistência Social de Maceió, na próxima semana o município vai dobrar o número de lugares no albergue público, além de constantes rondas feitas pela PM e Guarda Municipal.
Enquanto isso os moradores de rua se amontoam onde podem, onde é mais seguro, mesmo que isso signifique construir uma casa de árvore numa das ruas mais movimentadas da cidade. Tudo tão absurdo mas parecendo tão normal...

sábado, 6 de novembro de 2010

Sinceras desculpas

Antes de começar este blog fui avisado: "o maior problema de um blog é a obrigação de sempre postar." Você começa a ter leitores cativos, gente que volta porque gosta do texto ou dos assuntos tratados, pessoas que voltam todo dia procurando por coisas novas e interessantes. Só que chega um momento em que você não se sente disposto a sempre postar, seja por problemas pessoais, por outras ocupações ou preocupação, seja mesmo por pura falta de vontade e criatividade.
No mês de outubro eu fui um fraco postador, somente 19 textos. Neste mês de novembro eu trilho o mesmo caminho. Mas os leitores não diminuíram - muito pelo contrário: a média de acessos se manteve igual e até cresceu em determinados dias e horários. Não sei explicar tal fato, mas agradeço e peço desculpas. E prometo que volto, em breve, às postagens diárias - ou quase diárias.
P.s.: nada me aflige. A falta de textos é pura falta de criatividade.
Atenciosamente,
O Editor.