sexta-feira, 18 de junho de 2010

Sobre pena de morte

Enquanto discutimos de forma bem vaga sobre a aplicação de pena de morte no Brasil, vejam como andam as coisas nos EUA:
Os Estados Unidos realizaram sua primeira execução por pelotão de fuzilamento em catorze anos. Ronnie Lee Gardner, condenado por assassinato no Estado americano de Utah, foi executado nesta sexta-feira.
A execução foi escolhida pelo próprio Gardner. Dos 35 Estados americanos que possuem a pena de morte, Utah é o único que oferece o fuzilamento como opção, para os que foram condenados antes de 2004. Depois da rejeição de última hora de uma suspensão da execução da sentença, Gardner foi executado por cinco atiradores anônimos em uma das salas da prisão onde ele cumpre pena.
Sua morte foi atestada às 00h20, hora local. Gardner não viu os atiradores, que ficaram no escuro enquanto ele esteve debaixo das luzes a cerca de seis metros deles, com um capuz na cabeça e um alvo colocado sobre seu coração.
Gardner, de 49 anos de idade, foi condenado pela morte de um advogado em 1985 ocorrida dentro de um tribunal.
Desde que a Suprema Corte americana permitiu que Estados americanos voltassem a aplicar a pena de morte, em 1976, apenas dois condenados foram executados por fuzilamento. Gary Gilmore, em 1977 e John Albert Taylor, em 1996, em um caso que atraiu grande atenção da imprensa.
Em 2004, legisladores do Estado acabaram com a possibilidade de escolha, ainda oferecida aos previamente sentenciados.
Treino
Os atiradores ficaram atrás de uma tela com fendas estreitas para suas armas. Eles também treinaram tiro sincronizado para que fosse ouvido apenas um único barulho de disparo, em uníssono.
No entanto, nenhum dos cinco tem com saber se sua arma causou a morte de Gardner. Uma das cinco armas foi carregada com uma bala sem carga, provavelmente uma bala de cera, que daria o mesmo coice que uma bala verdadeira.
As identidades dos atiradores - policiais locais que se ofereceram voluntariamente para o serviço - será protegida para sempre. Os atiradores e funcionários que ajudaram no planejamento da execução receberão uma moeda comemorativa com o nome de Gardner.
Gary DeLand, diretor-executivo da agência penitenciária de Utah entre 1985 e 1992, conheceu Gardner durante seus anos de prisão e afirma que não esteve surpreso pelo seu pedido.
"Ele era um homem particularmente violento. Ele era mantido separado dos outros prisioneiros. Ele era o tipo de pessoa que poderia machucar outros apenas por diversão e gostava de causar problemas", disse.
Velho Oeste
O caso da execução de Gardner atraiu grande atenção nacional e internacional, pois o método vinha sendo fortemente criticado. Muitos alegam que o pelotão de fuzilamento é uma herança dos tempos do Velho Oeste e deveria ser abolido.
De acordo com o Centro de Informações sobre Pena de Morte, a Suprema Corte dos Estados Unidos deu a Utah a permissão para o uso do pelotão de fuzilamento como método de execução em 1879.
"Este é, claramente, um regresso a um tempo mais antigo e as pessoas perguntam como nós ainda fazemos isto?", disse recentemente Richard Dieter, diretor-executivo do centro, ao canal americano CBS.
Mas, Gary DeLand afirma que não sabe por que a execução por pelotão de fuzilamento gera tanto interesse. "Uma execução é uma execução", disse. "Acho que é apenas curiosidade mórbida."
Familiares e amigos de Michael Burdell, o advogado morto por Gardner dentro de um tribunal, teriam dito que a execução simplesmente seria uma vitória da violência que o advogado tentava combater.
Historiadores, por outro lado, afirmam que o método de execução tem origem em uma doutrina do século 19, da religião mórmon, predominante no Estado americano de Utah. Atualmente a igreja não tem opinião sobre assunto.

Fonte: Terra

6 comentários:

Anônimo disse...

Interessante...eu desconhecia que ainda fosse possível execução por esse método.

W

Yúdice Andrade disse...

Meu amigo, vou repercutir no meu blog, porque tenho algumas considerações adicionais a fazer.

Robson Almeida disse...

Assim que eu gosto. Matar por querer e por motivo fútil, tem que ser morto mesmo. E pelo jeito, o cidadão tinha fezes na cabeça, porque escolher fuzilamento, vou te contar, viste, é loucura. Escolhia a injeção que nem dói, segundo o que eu sei.
Abraços Tanto

Tanto disse...

W, eu também desconhecia que existisse a possibilidade de execução por fuzilamento nos EUA. Exatamente por isso, pelo inusitado da notícia, resolvi copiá-la aqui.

Yúdice, repercuta sim. Já estou curioso.

Robson, eu sempre tenho dúvidas sobre ser favorável ou não à pena de morte. Neste caso, se fores ver bem, os próprios amigos e familiares do advogado morto são contra, acham uma violência desnecessária.

Anônimo disse...

Quando o Estado legaliza o assassinato, autoriza qualquer um a matar. Os EUA são um exemplo indiscutível disso. A sanha por sangue denota a doença da sociedade.

Lafayette disse...

Cara, vou te dizer: achei até romântico.

Que bacana, tem até moeda da pessoa, bala de cera, tiros sincronizados pra não se saber qu foi que matou, realmente.

Ah, e o mais importante: Teve a escolha!

Amigo, se me fosse possível, mesmo, claro, rogando que não seja pra breve, escolheria morrer assim... deve ser muito chato morrer, sei lá, de dengue na fila do SUS!