23 de dezembro de 2009.
Antes eu era jovem e desejava ter na cara a barba mal feita do galã de cinema, o ar de conquistador rebelde e independente. Mas apesar do querer não tinha na cara mais do que cinco míseros fiapos, o rosto tal qual bunda de criança, e acabei não sendo um jovem barbudo. Hoje tenho mais fiapos do que os cinco que me foram sempre fieis, mas acho que a idade já não combina com a rebeldia do galã de cinema.
Antes eu tinha todos os sonhos de viagens e aventuras por lugares maravilhosos e desconhecidos, a constante ameaça interna de colocar as coisas na mochila e partir. Mas apesar de ter todo o tempo do mundo, não tinha o dinheiro que desse para a mais curta ida a lugar qualquer. Hoje há dinheiro e não há tempo, o trabalho esfalfante com parcos feriados, os dias trabalhados até quase as festas de sempre chegar tarde.
Antes eu dormia a tarde inteira, o nada a fazer embalado pelo mormaço que batia no quarto, o calor lento que era deixado de lado pelo sono pesado, maciço. Hoje tenho correrias de re-matrículas dos filhos, materiais de construção sem fim, sufocos e compromissos, o só dormir como desejo nos finais de semana de sono corrido, sono sem preocupações quando sem compromissos.
Mas não achem que só de pioras tem sido a vida.
Hoje tenho casa minha, casa torta mas com lajotas escolhidas uma a uma, as cores que eu quis nas paredes, as coisas que acho serem parecidas comigo pelos poucos cantos da sala apertada.
Hoje tenho emprego bom e certo que me permite pagar tudo e ter ainda alguns pequenos luxos. É emprego trabalhoso, certamente, mas que é sempre melhor do que não ter emprego!
Sobretudo tenho filhos, e com eles entendi o sentido que se deve dar à vida! Carlos mora longe, a dor de sempre ao lembrar da distância, a vontade de não largar quando o abraço está feito mesmo que se debata o moleque, ânsia de fugir do pai e ir brincar. Maria mora perto, companheira de passeio e compras todas, opinião que já se leva em conta pela vontade imposta, minha criatividade nos presentes de Natal, bronca feita se visto o que ela não gosta.
E se sinto falta do que já tive e vivi, sou pleno com o que tenho hoje e por nada trocaria. A vida é assim, cada coisa a seu tempo, e hoje sei que vivo o que devo viver. Não poderia ser, para sempre, o moleque impúbere sem barba na cara, sem dinheiro no bolso e avesso a responsabilidades.
E que me venham os deveres, os quereres dos filhos e as marcas do tempo no rosto. Estou aqui para isso e disso não fujo.
Antes eu era jovem e desejava ter na cara a barba mal feita do galã de cinema, o ar de conquistador rebelde e independente. Mas apesar do querer não tinha na cara mais do que cinco míseros fiapos, o rosto tal qual bunda de criança, e acabei não sendo um jovem barbudo. Hoje tenho mais fiapos do que os cinco que me foram sempre fieis, mas acho que a idade já não combina com a rebeldia do galã de cinema.
Antes eu tinha todos os sonhos de viagens e aventuras por lugares maravilhosos e desconhecidos, a constante ameaça interna de colocar as coisas na mochila e partir. Mas apesar de ter todo o tempo do mundo, não tinha o dinheiro que desse para a mais curta ida a lugar qualquer. Hoje há dinheiro e não há tempo, o trabalho esfalfante com parcos feriados, os dias trabalhados até quase as festas de sempre chegar tarde.
Antes eu dormia a tarde inteira, o nada a fazer embalado pelo mormaço que batia no quarto, o calor lento que era deixado de lado pelo sono pesado, maciço. Hoje tenho correrias de re-matrículas dos filhos, materiais de construção sem fim, sufocos e compromissos, o só dormir como desejo nos finais de semana de sono corrido, sono sem preocupações quando sem compromissos.
Mas não achem que só de pioras tem sido a vida.
Hoje tenho casa minha, casa torta mas com lajotas escolhidas uma a uma, as cores que eu quis nas paredes, as coisas que acho serem parecidas comigo pelos poucos cantos da sala apertada.
Hoje tenho emprego bom e certo que me permite pagar tudo e ter ainda alguns pequenos luxos. É emprego trabalhoso, certamente, mas que é sempre melhor do que não ter emprego!
Sobretudo tenho filhos, e com eles entendi o sentido que se deve dar à vida! Carlos mora longe, a dor de sempre ao lembrar da distância, a vontade de não largar quando o abraço está feito mesmo que se debata o moleque, ânsia de fugir do pai e ir brincar. Maria mora perto, companheira de passeio e compras todas, opinião que já se leva em conta pela vontade imposta, minha criatividade nos presentes de Natal, bronca feita se visto o que ela não gosta.
E se sinto falta do que já tive e vivi, sou pleno com o que tenho hoje e por nada trocaria. A vida é assim, cada coisa a seu tempo, e hoje sei que vivo o que devo viver. Não poderia ser, para sempre, o moleque impúbere sem barba na cara, sem dinheiro no bolso e avesso a responsabilidades.
E que me venham os deveres, os quereres dos filhos e as marcas do tempo no rosto. Estou aqui para isso e disso não fujo.
3 comentários:
Perfect!
Feliz 2010 my friend!
W
Lindo... Lindo isso...
Bem lindo isso, amei.
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