
quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
Palavras do ano + etimologices = Retrospectiva
Fevereiro - Fraude - A advogada brasileira Paula Oliveira, de 26 anos, denuncia às autoridades suíças ter sido vítima de um ataque xenófobo numa estação de metrô em Zurique. A agressão, que ela atribuiu a skinheads, teria resultado num aborto. Com isso, o clima pesou nas relações diplomáticas entre Brasil e Suíça, e o tema da xenofobia europeia voltou à tona. Até que finalmente a farsa é descoberta: médicos legistas concluíram que a jovem mutilara o próprio corpo. A brasileira foi indiciada por mentir às autoridades, punição por uma fraude (do latim fraus, fraudis, "erro", "ação de iludir") de implicações diplomáticas.
Março - Excomunhão - O arcebispo de Olinda e Recife, D. José Cardoso Sobrinho, causou espanto ao excomungar uma menina de 9 anos que, de maneira legal, abortara gêmeos - concebidos após sucessivos estupros cometidos pelo padrasto. "Excomunhão", pela etimologia do latim eclesiástico, vem de excommunio, onis e, em sentido figurado, equivale à exclusão de uma pessoa de dado grupo.
Abril - Passagem - A denúncia do uso irregular da cota de passagens aéreas por parlamentares vira tema obrigatório no país. Não era preciso prestar contas de bilhetes, destinos e valores. O escândalo envolveu até nomes graúdos da política, como Tasso Jereissati e Fernando Gabeira, que pediu desculpas pelo gasto indevido. Quase premonitória, a palavra "passagem" não esconde a origem francesa: o significado de passage remonta a "desfiladeiro na montanha", e foi ao abismo do trem da alegria que os parlamentares foram lançados ao cair na boca do povo.
Maio - Gripe - O termo contagiou os mais diversos meios de comunicação, que passaram a alertar as pessoas sobre as formas de transmissão da gripe suína com frequência diária. Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), as perspectivas eram de uma genuína pandemia e uma dúvida semântica: em meio ao alarde, as autoridades de saúde discutem o tratamento a ser dado pela mídia à doença e "gripe A" termina por substituir "suína". A disseminação no idioma também era passível de controle.
Junho - Acidente - A notícia de uma catástrofe aérea voltou a assombrar o imaginário do brasileiro. Um avião da Air France que ia do Rio de Janeiro a Paris sumiu no oceano, próximo ao litoral de Fernando de Noronha. Por ter caído em alto mar, o acesso das equipes de resgate aos destroços foi difícil e as buscas arrastaram-se por dias até que se dessem por encerradas. O acidente resultou em 228 mortes, 58 delas de brasileiros. O termo remonta ao latim accidens, entis, "o que sucede", particípio presente de accidere, "cair".
Julho - Ato secreto - A descoberta de esquema no Senado de favorecimento de servidores e gastos não publicados no Diário Oficial fica conhecida como "ato secretos" porque só os "interessados" sabiam de sua existência. "Ato" vem do latim actus e quer dizer "movimento", "impulso" ou "andamento". Já "secreto" remonta ao latim secretus, a, um, "apartado", "distinto", "especial", sentido que parece soar melhor aos ouvidos dos políticos, que se julgam acima dos mortais, do que algo feito às escondidas justamente por ser ilícito.
Agosto - Factoide - Dois factoides tomam o mês. Um foi o erro de português de Sasha (foto abaixo), filha de Xuxa, no Twitter. Ao escrever "cena" com s, a menina virou alvo da intolerância dos internautas. Outro caso foi a suposta politização da Receita Federal pelo governo Lula, hipótese que, mais tarde, não encontraria respaldo nem na oposição. Segundo o Aurélio, factoide é "fato, verdadeiro ou não, divulgado com sensacionalismo" para gerar impacto. De origem grega, o sufixo "oide" pode conter teor pejorativo.
Setembro - Marolinha - O anunciado tsunami da crise mundial acabou mesmo em "marolinha" no Brasil. O diminutivo de "marola", usado por Lula para amenizar reflexos da crise na economia brasileira, indicou um otimismo que foi execrado no fim do ano, mas que em setembro lhe rendeu elogios internacionais. O jornal Le Monde, por exemplo, lhe atribuiu uma "visão correta" do cenário econômico. O processo de formação da palavra "marola" é semelhante ao de palavras como "bandeirola" e "camisola", que vão para o diminutivo com o acréscimo do sufixo de origem latina -ola.
Outubro - Olimpíadas - A mídia norte-americana bem que tentou jogar areia na candidatura do Rio de Janeiro a sede dos Jogos Olímpicos de 2016. Em vão. Pela primeira vez, o Comitê Olímpico Internacional anuncia a cidade como a contemplada. O termo "olimpíadas" vem do latim olympias, adis, que por sua vez derivou do grego olumpiás, ádos, e quer dizer "espaço de quatro anos".
Novembro - Expulsão - Quase linchada por 700 estudantes ao usar um minivestido rosa na Uniban de São Bernardo do Campo (SP), onde cursava turismo, Geisy Arruda acabou expulsa da universidade por dois dias. Com a repercussão do caso, a universidade revogou a expulsão. Do latim expulsio, onis, o termo equivale à ação de repelir, lançar com violência, como o ato violento de alunos e direção da universidade paulista.
Dezembro - Ataque - Em Albina, Suriname, na noite de Natal, um brasileiro foi acusado de matar um surinamês de origem quilombola. Tal fato gerou uma onda de ataques e, segundo testemunhas, cerca de 200 brasileiros e chineses que viviam na região, a 150 km de Paramaribo, foram agredidos com facões, paus, pedras e machadinhas . O ataque deixou 25 feridos, e 19 brasileiras dizem ter sido estupradas. Ataque significa assalto ou investida, impugnação ou acusação, altercação, agressão. Deriva do italiano, attaccare.
Fonte (menos o mês de dezembro) - Revista da Língua Portuguesa.
Palavra do Dia n.º 17
Jucundo
(latim jucundus, -a, -um)
Sinónimo Geral: prazenteiro
terça-feira, 29 de dezembro de 2009
Reflexão de fim de ano
Antes eu era jovem e desejava ter na cara a barba mal feita do galã de cinema, o ar de conquistador rebelde e independente. Mas apesar do querer não tinha na cara mais do que cinco míseros fiapos, o rosto tal qual bunda de criança, e acabei não sendo um jovem barbudo. Hoje tenho mais fiapos do que os cinco que me foram sempre fieis, mas acho que a idade já não combina com a rebeldia do galã de cinema.
Antes eu tinha todos os sonhos de viagens e aventuras por lugares maravilhosos e desconhecidos, a constante ameaça interna de colocar as coisas na mochila e partir. Mas apesar de ter todo o tempo do mundo, não tinha o dinheiro que desse para a mais curta ida a lugar qualquer. Hoje há dinheiro e não há tempo, o trabalho esfalfante com parcos feriados, os dias trabalhados até quase as festas de sempre chegar tarde.
Antes eu dormia a tarde inteira, o nada a fazer embalado pelo mormaço que batia no quarto, o calor lento que era deixado de lado pelo sono pesado, maciço. Hoje tenho correrias de re-matrículas dos filhos, materiais de construção sem fim, sufocos e compromissos, o só dormir como desejo nos finais de semana de sono corrido, sono sem preocupações quando sem compromissos.
Mas não achem que só de pioras tem sido a vida.
Hoje tenho casa minha, casa torta mas com lajotas escolhidas uma a uma, as cores que eu quis nas paredes, as coisas que acho serem parecidas comigo pelos poucos cantos da sala apertada.
Hoje tenho emprego bom e certo que me permite pagar tudo e ter ainda alguns pequenos luxos. É emprego trabalhoso, certamente, mas que é sempre melhor do que não ter emprego!
Sobretudo tenho filhos, e com eles entendi o sentido que se deve dar à vida! Carlos mora longe, a dor de sempre ao lembrar da distância, a vontade de não largar quando o abraço está feito mesmo que se debata o moleque, ânsia de fugir do pai e ir brincar. Maria mora perto, companheira de passeio e compras todas, opinião que já se leva em conta pela vontade imposta, minha criatividade nos presentes de Natal, bronca feita se visto o que ela não gosta.
E se sinto falta do que já tive e vivi, sou pleno com o que tenho hoje e por nada trocaria. A vida é assim, cada coisa a seu tempo, e hoje sei que vivo o que devo viver. Não poderia ser, para sempre, o moleque impúbere sem barba na cara, sem dinheiro no bolso e avesso a responsabilidades.
E que me venham os deveres, os quereres dos filhos e as marcas do tempo no rosto. Estou aqui para isso e disso não fujo.
segunda-feira, 28 de dezembro de 2009
Merece ser lido
Quartos com vidas, ao lado de uma penitenciária francesa
Pascale Robert-Diard
Foi uma assistente social de Lannemezan (Altos Pirineus) que teve a ideia. Ela conversou a respeito com a administração penitenciária, que considerou a homenagem merecida. Em 17 de novembro em Béziers (Hérault), penduraram uma fita verde com divisas roxas e uma medalha de prata na lapela da jaqueta de Nadine Cistac, dona de hotel. "Honra penitenciária", ela leu em voz alta girando a medalha entre seus dedos. Depois guardou seu grande sorriso de fumante porque não quer que vejam o quanto está orgulhosa. "Não é tanto por mim", ela diz, "é por elas".Elas são as pensionistas do hotel. Fanny a loira, Denyse a discreta, a bela Anne-Marie. Ou ainda Michèle, Maria, Henriette, Helyette. Sinais distintivos: mulher, companheira, mãe, irmã ou namorada de detentos. Uma vez por mês, às vezes duas, elas fazem a viagem a Lannemezan. Chegam de trem ou de carro na sexta-feira à noite e só precisam atravessar a rua para abrir a porta do Hôtel de la Gare.Nadine Cistac não quer saber as razões que levaram os familiares de Fanny, Anne-Marie e outras hóspedes à prisão próxima do seu hotel. "Nunca coloquei os pés na prisão. Não quero entrar nesse mundo. Estou aqui para elas, não para eles". Mas da vida delas, sabe quase tudo
Como descrever a alegria estrondosa do "bom dia!" que as recebe nesse sábado de dezembro? Ou ainda o beijo que estala em suas bochechas, o riso, a bebida servida na mesa, a cadeira que ela puxa para se sentar e ouvir as novas, a chave do quarto que ela tira do quadro e lhes dá sem que lhe peçam - sempre a mesma, a 3 para Denyse, a 9 para Michèle, a 6 para Fany, a 4 para Helyette - , a fraternidade do olhar que as protege?
Nadine Cistac nasceu ali, há 54 anos, logo acima do bar. Seu bisavô abriu o hotel em 1918, seu avô assumiu, depois seu pai e sua mãe. Quando chegou sua vez, ela só mudou o primeiro nome na fachada. Quanto ao resto, quase nada mudou. As mesmas escadas de madeira rija levam aos dois andares do hotel, o chão fatigado do corredor range sob os passos e, nos quartos, cortinas de renda barata filtram a luz que bate em tapeçarias desbotadas.
Em 1987, quando o conselho municipal de Lannemezan teve de se pronunciar sobre a construção de um centro penitenciário destinado a receber os presidiários de penas longas, o pai de Nadine Cistac foi o único a votar contra. Ela compartilhava de seus temores. "Eu pensava que toda a ralé apareceria". O Hôtel de la Gare primeiramente se encheu de operários que vieram trabalhar nas obras da prisão. Depois as primeiras mulheres de detentos chegaram. "No início, eu as cumprimentava mas mantinha distância. Depois, me dei conta de que essas mulheres eram como eu. Agora, posso lhe dizer, eu não julgo mais". E acrescenta: "Você não imagina a felicidade que é!"
Ela não quer saber das razões que levaram seus homens a Lannemezan. "Nunca coloquei os pés na prisão. Não quero entrar nesse mundo. Estou aqui para elas, não para eles". Mas da vida dessas mulheres, ela sabe quase tudo. Algumas deixam suas malas durante anos no Hôtel de la Gare. É no olho de Nadine que elas confiam quando, arrumadas, maquiadas e decotadas, deixam seus quartos para ir até a sala de encontros da prisão: "Olha. Não está estranho?" "Você está ótima! Pode ir!"
Se chove ou se os saltos estão altos demais para pegar o caminho que, ao longo da via férrea, leva à prisão, Nadine Cistac chama seu filho caçula, Rony, um rapaz tão alegre quanto sua mãe, ou um dos frequentadores sentados no bar. "Depois que terminar seu café pode levá-las de carro?", ela pergunta. Ela aguarda sobretudo a volta, quando o sorriso se apagou e a vida, de repente, pesa sobre os ombros dessas mulheres. "Vi gerações de bebês concebidos na prisão. Acompanhei gestações, esquentei mamadeiras, vi as crianças crescerem. Como você quer que eu não me apegue? As únicas que não entendo são as que vêm pelos classificados. Quando Patrice Alègre (condenado à prisão perpétua por cinco assassinatos) estava na cadeia, recebi no hotel mulheres, belas mulheres, que vinham por ele. Nesse caso desisti, confesso", ela conta.
Neste sábado, temos Fanny, "uma pequena novidade" que vem há um ano. Ela vive em Marselha, cria sozinha sua filha e coloca todas suas economias na passagem mensal de trem e na noite de 30 euros no Hôtel de la Gare. Temos Anne-Marie, também vinda de Marselha, que reserva seu quarto duas vezes por mês, sempre acompanhada de um ou dois de seus 13 filhos, para reconfortar seu irmão detento. Há Denyse, a militante, que toma regularmente o trem noturno a partir de Paris para dividir algumas horas de visita "com Georges" (Ibrahim Abdallah, condenado à prisão perpétua em 1987 por terrorismo). Ela vem sentada, pois a passagem leito é cara demais. "Mas como estou aposentada, posso descansar durante a semana", ela diz com um sorriso.
"Essas mulheres são direitas, elas progridem, elas me surpreendem", suspira Nadine Cistac. Elas devolvem o elogio. "Aqui há pessoas simples, como eu", conta Fanny. "Saímos da visita desanimadas, mas Nadine sempre diz alguma coisa engraçada". "O ambiente da prisão é nocivo, humilhante. Quando saímos de lá, precisamos de conforto. Nadine nos deixa à vontade, ela combate os 'efeitos colaterais' da visita. Na minha terceira estadia, ela já sabia o que eu tomava no café-da-manhã. É algo simples, mas nunca houve indiferença neste lugar", confirma Denyse.
Nadine Cistac certamente tem suas preferidas. Como Helyette Bess, ex-militante da Ação Direta, que durante dez anos hospedou-se mensalmente no hotel para visitar Jean-Marc Rouillan. Depois, ele foi libertado e encarcerado novamente na prisão de Muret, perto de Toulouse. Mas todos os domingos Helyette Bess telefona para dar notícias. E sobretudo há Maria, a velha mãe de um nacionalista da Córsega. "As esposas, as companheiras, bem, é a vida delas. Mas uma mãe assim, não é a mesma coisa, é a mais bela de todas!", ela exclama. Nadine Cistac foi passar alguns dias na Córsega em sua casa. "Ela fez questão de me dar seu quarto. Ao lado de sua cama ficava sua mala, aquela que ela sempre usa para vir aqui. Quando a vi daquele jeito, toda pronta, aquilo acabou comigo".
Entra um casal pela porta do bar. Alain e Henriette. Eles abraçam Nadine Cistac, vão beijar sua mãe, Giselle, que faz palavras-cruzadas na cozinha, brincam com Rony, pedem notícias do filho mais velho, que está... na polícia. Henriette, hóspede do Hôtel de la Gare durante dez anos. Alain, condenado à prisão perpétua, em liberdade condicional há alguns meses. Ele conta, "Nadine foi a primeira pessoa que quis encontrar quando saí. Eu só conhecia sua voz, pelo telefone, quando ligava para o hotel. Mas minha mulher falava dela o tempo todo. Na prisão, todos sabem quem ela é. Quando chegam os novatos, recomendamos a eles o Hôtel de la Gare porque sabemos que ali as mulheres e as famílias são bem recebidas". "Eu vinha a cada quinze dias", diz Henriette. "Quando eu avisava a Nadine que não podia subir, pois estava mal financeiramente, ela me dizia: Venha, não tem problema!" E quando fiquei doente, ela me ligou no hospital. Só aqui se vê isso".
Quando Alain foi transferido para a prisão de Muret, para preparar sua libertação, Henriette continuava a vir dormir em Lannemezan, "porque em Muret tem hotéis, mas não tem a Nadine", ela diz. Desde que Alain foi libertado, o casal volta regularmente. Ali ele encontra Jean-Marie, ex-carcereiro da prisão que se tornou um dos melhores amigos de Alain.
De um armário atrás do bar, Nadine tira sua caixa de tesouros. Cartas recobertas por escritas desajeitadas, que chegam para ela "do outro lado do muro" para lhe agradecer ou lhe desejar um feliz ano novo. "Meus armários estão cheios de presentes. Vasos da Provença, cinzeiros, potes de picles... Poderia fazer um enxoval com isso!", ela diz aos risos. Ela se lembra de um detento, libertado após trinta anos de prisão. "Ele me ligou um dia para avisar que estava saindo. Ele me disse: 'Faço questão de lhe agradecer enquanto ainda estou atrás dos muros. Depois, o telefonema não terá o mesmo valor". Deixamos o grupo, Alain, Henriette, Anne-Marie, Denyse, rindo e lembrando das noites de pizza e partidas de cartas com Nadine Cistac.
Em outro canto da sala, os frequentadores bebem uma taça de Tariquet, o único vinho branco do hotel. Há o empregado da SNCF [companhia ferroviária nacional] que Nadine Cistac apelidou de "o Azarado", pois há anos eles apostam juntos todos os domingos 2 euros nos cavalos, e nunca ganharam nada. Também há "Phiphi", que hospeda-se há cinco anos no Hôtel de la Gare para ficar mais perto de sua mãe doente. Ela morreu, e ele ficou. Seu quarto é vizinho ao de um carcereiro do presídio, que dorme duas ou três vezes por semana no hotel há 22 anos. Também há Georges, que limpa sua mesa antes de sair. O rádio solta uma canção de Hervé Vilard. "Aumente o volume, adoro essa!", diz Nadine.
E assim vai o pequeno mundo do Hôtel de la Gare. Sente-se o cheiro acre do tabaco frio nos cinzeiros cheios. Do sanduíche de patê. Do perfume forte das mulheres na escada. Do café e do vinho branco. Da madeira encerada e do carpete gasto. Da grande solidão e das manias. Sente-se o cheiro forte de humanidade.
sábado, 26 de dezembro de 2009
Palavra do Dia n.º 16
Cornaca(cingalês kuruneka, chefe de manada de elefantes, amansador de elefantes)
quinta-feira, 24 de dezembro de 2009
Golpe de misericórdia
Cartinhas de Natal
ho ho ho - tomara que não seja minha cartinha
Dica natalina do Adriano Diniz
Deus é fiel a quem, cara pálida?
Eis uma frase que vemos, atualmente, estampada por toda a parte. Mas, afinal, o que diabos significa dizer que Deus é fiel?
Coelhos suicidas e o Natal

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009
Etimologices n.º 3
Meu espírito natalino

domingo, 20 de dezembro de 2009
Triste Natal em Belém


Em breve volta noturna pela cidade, afrontado com os exemplos mostrados acima, consigo até imaginar o dialogo que resulta nesta mixórdia de decoração:
- Algumas!
- E dá pra fazer o que com ela?
- Deixe me ver... Acho que dá pra desenhar um porco!
- Perfeito. Então faz um porco com as luzes.
A situação fica pior com a certeza constante de que o maior propagador da Farofa Natalina é o Poder Público! O que dizer destes belos exemplares de enfeites natalinos colocados nos postes da Almirante Barroso pelo Município? O blog Domisteco dará, inclusive, um prêmio à resposta mais criativa à pergunta: que droga é essa!? (o prêmio é um exemplar do livro Eu e meu bom gosto, de Duciomar Costa).

Decifra-me ou te devoro (echarpe do Edson Cordeiro ou pijama da Elke Maravilha? O que é isso que o Município pendurou nos postes da Almirante Barroso)


Duciomar ficou com medo de não ganhar presente!

E o que dizer dos "anjos" reciclados da Estação das Docas? Da última vez que os vi carregavam, em suas angelicais mãos, propaganda de cervejas (uma boa mensagem natalina, Governadora!). Hoje, ao tirar os retratos para este texto, pude ver que o bom senso ganhou mais esta batalha e os anjinho, ante pinguços, agora tocam singelas trombetas.

Não poderia deixar de mencionar a decoração da Avenida Nazaré feita pelo Município. Se ganham pontos pela uniformização da decoração, que é a mesma utilizada no Bosque Rodrigues Alves, perdem pontos por terem utilizado enfeites padronizados e de pouca qualidade. É triste ver esses anjos malformados e os dizeres cafonas repetidos por uma das avenidas mais bonitas do País.




Não seria o caso de se criar uma comissão que, se ao menos nada fizesse, cuidasse de não permitir que se fizesse coisa qualquer?
FOTOS: as fotos são de Wagner Mello debruçado para fora do carro, morrendo de medo dos assaltantes que são donos de Belém.
sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
Palavra do Dia n.º 15
Néscio (latim nescius, -a, -um)
adj. Ignorante, inepto. Estúpido.
s. m. Indivíduo inepto.
quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
#MandeUmaCarta

Acho que escolhemos a melhor época para isso, final de ano sempre movimentado por grandes reflexões.
Mas não se enganem: não é um movimento sério com regras rígidas e pré-estabelecidas. É mais uma brincadeira entre amigos @andersonjor - @luciatupiassu - @michyarrifano - @nanhelima - @FbioCruz - @Alepamplona - @rejanebarros - @lucianecouto) somente com o objetivo de reviver coisas que já se foram.

E olha quem vai entregar sua cartinha... eeee
quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
Reserva necessária
Na loja em que Maria procura seus presentes esbarro em pedaço do meu passado quieto há muito. Demoro a reconhecer o rosto e o sorriso à minha frente, o nome que esqueci em algum canto pouco freqüentado da memória, a voz dos conselhos e brincadeiras que é familiar mas não escuto a um faz anos.
É estranho ver que o tempo tritura minhas coisas tal qual rolo compressor que tudo esmaga, o esfarelar das lembranças sem nem pedir perdão, as pessoas que foram do viver cotidiano agora perdidas, os amigos casados e com filhos, quem moram longe mas vem em breves visitas.

Não lembro quando larguei essas mãos, mas sei que tenho a lembrança em algum canto, intacta, preservada como reserva necessária do que vivi.
terça-feira, 15 de dezembro de 2009
Palavra do Dia n.º 14
Lúnula (latim lunula, -ae, ornamento em forma de pequena lua)
domingo, 13 de dezembro de 2009
Resmungo n.º 02 - Profissões


E quem sabe o que outras profissões não farão parte desta lista no futuro!?
sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
Caderneta Telefônica
quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
Como aumentar suas chances de sobreviver a Chuck Norris
Esse texto publicado no Acerto de Contas permite de forma fácil e simples que entendam que nem sempre a verticalização do insulto é a melhor pedida. Imperdível.

Palavra do Dia n.º 13
arrebol
(latim rubor, -oris, vermelhidão, cor vermelha)
s. m.
Cor afogueada que toma a atmosfera antes de o sol nascer ou depois de ele se pôr. = crepúsculo, lusco-fusco
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
Sonhos
Hoje tive um sonho que me impressionou: sonhei com três cobras, umas cascavel, uma jibóia e outra cobra bem pequena. No sonho eu fugia da mais perigosa das três, a cascavel, conseguia capturar a jibóia dentro de um vidro e matava a menor delas.
Fiquei intrigado e fui o google, que sabiamente explicou: sonhar com cobra significa traição de uma pessoa em quem você confia; sonhar fugir de uma cobra significa realização de algo considerado impossível; sonhar matar uma cobra é vitória sobre pessoas que vinham atrapalhando seu sucesso. E quem sonha com isso pode arriscar a sorte no jogo do bicho apostando no burro.
Ou seja: vou ser traido por alguém em quem confio, vou vencer essas pessoas que vinham atrapalhando meu sucesso, e de rebarba vou ganhar na Mega Sena! Maravilha de sonho...

Resmungo n.º 01 – Meus seguidos raptos!
Hoje fui raptado pela segunda vez sem nem sair de minha casa, somente a sanidade de meus pais que sofre com a violência absurda por telefone, a voz do filho que chora desesperado pedido socorro qualquer que o livre de garras invisíveis. Da primeira vez quase tudo deu certo para os bandidos, a nos salvar o telefonema de última hora que confirmou o almoço com amigos. Mas o pai chorou e não agüentou falar, a perda certa que já lhe tolhia a alma, e a mãe teve tonturas de labirintite, noites mal dormidas.
Tudo isso em todo o lugar, com todos, e ninguém consegue fazer nada, simples interdição de celulares que entrem em presídios, proibição que já existe e ninguém consegue cumprir! Engraçado que não consigo entrar em avião com simples pinça ou tesourinha de unha, mas os bandidos conseguem o que querem, inclusive quase matar meu pai de susto.
P.s.: o resmundo é homenagem a Ferreira Gullar e seus resmungos.
sábado, 5 de dezembro de 2009
Palavra do Dia n.º 12
lusco-fusco
1.
sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
Maria e o pássaro
E Carlos que não chega, e sono que não vem, e casa que não fica pronta!? Vou dormir.
P.S.: Hoje de manhã Maria me ligou para avisar sobre o falecimento do filhote de Sabiá. Muito triste, me avisou que o enterro será logo mais, no pequeno bosque do residencial Lago Azul. Em 04/12/2009.