terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Sou da torcida do touro

Apesar das notícias que assustaram este início de ano, a chuva torrencial que assola o País, o drama de Angra e a imbecilidade de Bóris, não deixei passar essa pequena nota que não me chocou (a bem da verdade, senti um certo prazer!):
Homem leva chifrada e morre em tourada na Colômbia
Sábado, 2 de janeiro de 2010 - 08h50
Da Redação com Band News


Uma tourada termina em morte, na Colômbia. Um homem levou uma chifrada e não resistiu aos ferimentos. A tourada é tradicional durante as festividades de fim de ano, na cidade de Sampues. Walter Perdomo, de 34 anos de idade, foi atingido pelo touro e tentou levantar, mas foi chifrado novamente. Desta vez, o chifre entrou na região do abdôme, e perfurou o fígado do toureiro. Ele morreu na hora.

A Tourada ocorre mundialmente em apenas 9 países, sendo que um número considerável de Estados já baniu a tourada por lei (Argentina, Canadá, Cuba, Dinamarca, Alemanha, Itália, Holanda, Nova Zelândia e Reino Unido) – informações do sitio Europa Livre de Touradas.
Estima-se que pelo menos 40.000 touros sejam mortos pela indústria de touradas todos os anos na Europa, e cerca de 250.000 no mundo inteiro. E não são touros quaisquer! São animais criados em locais especiais, quase que livres e selvagens, muitas vezes com seus criadores recebendo dinheiro dos respectivos governos para a "manutenção" da tradição! Ou seja, são animais que não tem nenhum tipo de preparação para o massacre ao qual serão submetidos, e que só tem conhecimento de sua triste sina quando no meio das arenas, matança aplaudida por milhares.


E não vou entrar no mérito sobre ser ou não uma antiga tradição, pois acho que ninguém pode discutir tal ponto. Mas o fato de ser uma tradição não significa necessariamente que seja coisa boa e que deva ser mantida.

Édouard Manet (1832 - 1883)
"O Toureiro morto" (1864)

Nasci em maio, signo de touro, e talvez isso explique a certa ojeriza que sinto ao ver as “bonecas” plantadas em seus cavalos cravando afiado espetos no dorso nu do animal, fim único de sangrá-lo e enfraquecê-lo para a entrada triunfal do “valente” toureiro e sua espada. É por isso que sinto grande prazer quando o animal vence, quando projeta o homem por cima de sua cabeça no mais puro ballet da vingança justa!

Touro faz toureiro dançar sobre suas orelhas,
sentir o prazer de ser furado.
Parabens touro.

Consegui dois vídeos curtos sobre a vingança do touro, e aviso logo que são cortantes como as pontas dos cornos da animal! Ou seja: quem achar não ter força para ver, melhor não ver! A mim, apesar de fortes as películas, causa prazer por ver o animal se vingar por puro instinto e ânsia de sobreviver à agressão covarde e planejada do outro animal , este sim irracional.


A morte do toureiro


Quando o touro vence

Que me desculpem as famílias de toureiros ou dos imbecis espectadores mortos, mas eu torço sempre pelo Touro.
Sempre!

11 comentários:

Mafê Probst disse...

Adorei a inciativa, acho um absurdo toda essa crueldade com os animais também. E isso, de um modo geral. Sejam touros, vacas, galinhas, cães, gatos, pássaros. Não gosto de carnificina. Com pessoas ou com bichos. É demais pra mim.

Dito isso, é de se imaginar que não vi nenhum dos dois vídeos.

Nota: O olhar do touro na segunda imagem me cortou o coração.

Jane M disse...

No chance, impossível ver o video.
É muita crueldade e manter isso em nome da tradição é de extrema ignorância.
Também sou da torcida do touro.
Bjo

Anônimo disse...

O Supremo Tribunal Federal já julgou precedente relacionado à colisão de direitos fundamentais: de um lado, o direito à liberdade de manifestação cultural por parte dos homens; de outro, o direito à preservação do meio-ambiente e o correlato dever de proteção aos animais e à flora, prevista na Constituição (CF/88, art. 225, VII). Esse caso ficou conhecido como o caso da "Farra do Boi de Santa Catarina".
A "Farra do Boi" é uma manifestação de uma parte do Estado de Santa Catarina trazida por imigrantes açorianos. É similar às touradas, mas tomada ao ar livre. Parece mais com a festa de Santiago de Compostela.
No julgamento, entendeu a Segunda Turma do STF que o direito de liberdade de manifestação cultural não pode prescindir da observância da norma constitucional que impõe o dever de proteção à fauna, proibindo-se as manifestações que impliquem em tratamento cruel aos animas.
No entanto, esse entendimento foi tomado por maioria de votos. O Ministro Maurício Corrêa considerou que a norma do art. 225, § 1º, VII, não poderia prevalecer quando a própria Constituição prevê em alguns artigos (art. 215, § 1º e art. 216, caput) que o Estado garantirá a proteção das manifestações culturais, as quais constituem patrimônio imaterial brasileiro, mas sempre resguarndando o direito de resposta àqueles que cometem excessos na manifestação cultural.
Por outro lado, observou o Ministro Marco Aurélio que não haveria condições de fato para se chegar a uma posição intermediária, o que levaria a uma solução do tipo "tudo ou nada": ou se permite, ou se proíbe. E, segundo a Constituição, deveria prevalecer no caso a proteção aos animais. No mesmo sentido, o Ministro Néri da Silveira observou que a Constituição impõe o dever ao Estado de reprimir as condutas lesivas ao meio-ambiente (CF/88, art. 225, § 3º).
Quem quiser ter acesso ao inteiro teor do julgado, pode acessar o site do STF e pôr para consultar o RE 153531.
Quem quiser saber bem pouco sobre a "Farra do Boi", pode consultar na Wikipedia.
Abraço,
JOP

Luana Castro disse...

Revoltante o que fazem com esses touros! Nunca gostei de ver, mesmo que pela televisão.

Uma agressão aos pobres animais! E pensar que as pessoas ainda vibram quando eles morrem... Estranho!

Uma espécie de vingança quando o contrário acontece!

Anônimo disse...

Um esporte grotesco...

Não torço nem pelo toureiro e nem pelo touro ( os videos onde o toureiro morre é tão escroto qto os dos touros mortos cruelmente... ).
Escolher uma das partes me tornaria tão animalesco quanto. É o q penso.

Sou da torcida pelo bom senso. Que nada mais seria q o fim de um esporte patético e cruel.

Infelizmente Utopia.

Mas comentando sobre o comment acima, torçamos portanto que a Constituição brasileira seja forte o suficiente para barrar a "farra do boi".

W

Unknown disse...

Sou uma pessoa completamente apaixonada por animais, totalmente contra qualquer tipo de tortura. Tuas palavras foram perfeitas, tua indgnação corretissima. Chamar isso de esporte é inadimiscivel.

Mantenhamos a esperança de que toda essa crueldade acabe um dia.


=*

Tanto disse...

Acho que nunca vai acabar. É da natureza do homem ser cruel.

Lia Sergia Marcondes disse...

Também torço pelo touro. Sempre torci e sempre vou torcer...

Yúdice Andrade disse...

É, também torço pelo touro. Ninguém precisa morrer. Ver o toureiro fugindo apavorado já satisfaria os meus instintos.

Marcelo disse...

Lá vou ser do contra, mas digo: Sou a favor do touro.Não faz parte da minha cultura. No entanto, alguns pontos importantes, até onde conheço, uma conversa com um espanhol, lá vai:
Não é um esporte, mas um jogo. Uma forma grosseira, talvez, na arquibancada há torcida para o touro, literalmente, destruir o toureiro, como também para o Toureiro eliminar o mais rápido possível o touro.
A raça do touro é a miura.Um cruzamento, feito justamente para deixar o animal mais agressivo. Na Europa, comum espécie de idéia, apenas para algum fim,exemplo o Pit Bull e alguns cães de caça. O animal é criado justamente para finalidade de tourada. Os criadores ganham pela agressividade e fama do touro.
Ah! Um ponto o domínio arabé mulçumano sobre a península ibérica deixou um vestígio interessante, antes objetivo era "finalizar" o touro mais agressivo.Os árabes tem em sua cultura alimenta se de animais, que não sofrem para abate, ou seja o animal não pode sofrer. Isto refletiu na tourada. Objetivo do toureiro ganhou risco e emoção. Ele tem a simples missão de acerta um ponto da coluna do touro, em que a mote é rápida e sem dor.Agora, como fazer? Um animal com uma tonelada de musculos? Agressivo? Pronto para mata lo? Ah! Coragem! um drible perfeito, aproximar do Touro e enfiar a lança,número reduzido também.Enquanto, o rapaz esta enfrenta o animal, arquibancada aquecida com apostas.Alguns traços da tourada.
Sou voto de fim, mas existe uma cultura forte por trás. Espanha! Orgulho! Principalmente a diferença entre o povo de Barcelona e Madrid, que reflete até no futebol.
Grande abraço, bom blog.Bom debate também.

Tanto disse...

Marcelo - novamente, obrigado por ter vindo. Certamente, falando do ponto de vista cultural, a tourada é algo espanhol. Mas mesmo dentro da Espanha, e de outros paises com tradição em touradas, existe cada vez mais a idéia do contra. Recentemente, touradas foram proibidas em diversos locais e praças, e quem sabe seja breve o dia em que serão proibidas por tudo.