terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Belém, 12 de janeiro

Hoje Belém faz aniversário: 394 anos que envolvem revoltas, massacres, fé e muita força de vontade para construir a maior cidade da Amazônia. E não só é a maior como também é a mais bonita, opinião de quem escreve certamente partilha por muitos que lerão.

E com todos os comentários sobre o que falta em Belém, sobre os problemas nefastos que entristecem em críticas rasgantes e destrutivas, não quis usar o Domisteco para mais um rol de penúrias e lamúrias.

Ao contrário, queria expressar a felicidade que é morar em Belém, felicidade que somente um belenense pode ter, felicidades que trago na lembrança de dias que não voltarão: o sair da casa do avô, final da tarde de sábado de piscina sem fim, a última conversa de todos que se despediam na Conselheiro cheia de mangueiras e cigarras que cantavam em orquestra.

As tardes de banho em Mosqueiro, as ondas altas do fim de tarde cheias de moleques que lutavam pelo “jacaré” perfeito, o entornar dos corpos na violência da água que a tudo afundava.

O pão molhado no café com leite de todo o dia da casa da avó, a porcaria dos meninos feita somente quando ninguém via, vontade de comer como se bem quiser fugindo sempre da vista educadora da sempre vigilante Agripina.

São tantas outra e são somente as minhas. De Belém, cada um tem um pouco guardado onde quer que seja.

E espero que disso lembrem, hoje e em 12 de janeiros vindouros: Belém é mais do que miséria e lamúria.


2 comentários:

Anônimo disse...

somente um belenense??? espero que aí, vc esteja considerando os que adotaram a terra como lar, pq eu não sou belenense e amo Belém.

Tanto disse...

Daniel, amigo. Mil desculpas. Amar por ser é uma coisa. Amor por escolher é outra, muitas vezes bem mais forte pois envolve escolha! Vocês que adotam Belém merecem boa parte da felicidade do texto, das lembranças felizes. Em muitas vezes são mais belenenses do que os próprios.

Obrigado pela lembrança e, mais uma vez, desculpa.