quinta-feira, 29 de julho de 2010

Reflexões de fim de verão

Algumas propostas e idéias deste verão:
  1. Acho que foi o Anderson Araujo que fez a seguinte proposta: aproveitar enquanto os veranistas estão fora, nos finais de semana de julho, e mudar Belém de lugar. Assim, quando eles voltassem, só encontrariam o buraco do que foi, um dia, a cidade. Eles ficam com o buraco e nós, felizes, ficamos com a cidade vazia e tranqüila desses fáceis sábados e domingos de julho.
  2. A próxima sugestão, juro não lembrar quem fez. É mais ou menos assim: As praias estão cheias de gente bronzeada, as ruas lotadas e a música pode ser escutada de qualquer canto. A badalação não pára e a paquera rola solta. As festas não têm hora para começar e terminar, carros e motos a lotar todas as ruas. Resumo: aproveite e mantenha distância. Fique em Belém.
  3. Também não sei quem foi o autor deste comentário: foi resolvido o problema de trânsito de Belém! – e de uma forma bem simples – fica definida a mudança compulsória de residência dos motoristas de final de semana. Ou seja: foi para Salinas? Então não volta mais para Belém e fica em Salinas de vez; e se a opção foi Mosqueiro, fica em Mosqueiro e não volta mais para a cidade. E nunca mais teremos problema com o trânsito por essas bandas.
Mas deixando de lado as brincadeiras, a constatação é simples: a cidade tem muito carro para pouca rua. E como o transporte público é ruim, uma frota sucateada e velha que massacra qualquer um sob o sol inclemente de sempre, todos querem ter um carro.
Olhem ao redor: o que mais se vê pelas avenidas e ruas da cidade são veículos com uma só pessoa, o conforto das janelas fechadas e do ar condicionado no máximo, música personalizada e quase completo distanciamento da realidade fora da janela.
E quem não tem dinheiro para comprar carro compra moto, o parcelamento a perder de vista em módicas prestações, a confusão que se torna maior com os riscos de acidente que se multiplicam nas ultrapassagens malucas por entre os retrovisores.
Com tudo isso aumentam os engarrafamentos e a confusão, o transporte público fica pior e a cidade pára por coisa qualquer. O mais engraçado é ver o belenenses reclamando do trânsito maluco, das filas intermináveis e da meia hora qualquer para ir de um ponto ao outro – todos reclamam e ninguém assume que é um pouco pai da criança malina.
Obviamente não poderemos mudar a cidade de lugar ou obrigar os motoristas que fiquem onde estão. Da mesma forma, não podemos fazer crer que o problema não existe, os veranistas que estão distante mas que, belo dia, voltarão. Não, não. Não podemos!
E o que nos resta então? Lamentar a cidade que temos e que nunca teve qualquer espécie de planejamento, que simplesmente cresceu de forma caótica e desordenada. Lamentar a cidade que, aparentemente, nunca vai ter resolvido seu problema de transporte público. Lamentar a crescente quantidade de carros e motos nas ruas, ano após ano. Lamentar, lamentar, lamentar...
Resta também esperar o próximo mês de julho ou feriado qualquer, a breve e alentadora visão do que Belém poderia ser.

4 comentários:

Marise Morbach disse...

Considero adequada a sugestão de mudança: mas temos pouco mais de algumas horas prá fazer isso, rs, bj.

Vanessa Porto disse...

Eu acho ótimo essa calmaria, apesar de ter quer ir pro furdunço nos finais de semana pra rever os filhos.
É tão bom pegar o Medici/Pres.Vargas vazio, rápido, sem calor...Já já acaba.

Luiza Montenegro Duarte disse...

"O mais engraçado é ver o belenenses reclamando do trânsito maluco, das filas intermináveis e da meia hora qualquer para ir de um ponto ao outro – todos reclamam e ninguém assume que é um pouco pai da criança malina."

Discordo. Acho que o mais engraçado é ver o belenense reclamando do trânsito maluco, das filas intermináveis e da meia hora qualquer para ir de um ponto ao outro E IR TIRAR FÉRIAS EM UM LUGAR EXATAMENTE ASSIM! :)

Tanto disse...

Marise, Infelizmente acho que perdemos a oportunidade... pelo menos neste ano. Vamos nos programar para o próximo.

Vanessa, a calmaria é fantástica em todos os pontos, acho. Só fico um pouco temeroso com a cidade sem viv´alma, campo livre para os bandidos de sempre.

Luiza, realmente a mente humana é cheia de coisas sem sentido. Ora bolas, uma vida de reclamação não justifica ir passar férias em lugar pior. Você tem razão.