Sakineh Mohammadi Ashtiani, de 43 anos, mãe de dois filhos, está no corredor da morte na prisão de Tabriz, no noroeste do Irã, e ainda corre risco de ser executada. Por volta de 7 de julho, em consequência de um clamor internacional, os oficiais de Tabriz pediram ao chefe do judiciário iraniano que concordasse em converter a pena de morte por lapidação em execução por enforcamento.
Sakineh Mohammadi Ashtiani foi condenada em maio de 2006 por manter “relação ilícita” com dois homens e recebeu 99 chicotadas. Apesar disso, foi também condenada por “adultério enquanto casada”, o que ela nega, e condenada à morte por lapidação [apedrejamento].
Depois dos protestos internacionais das últimas semanas, a embaixada iraniana em Londres declarou no dia 8 de julho que “Sakineh Mohammadi Ashtiani não seria executada por lapidação”, mas não fez menção de outros possíveis meios de execução. No dia 10 de julho, o chefe do Alto Comissariado dos Direitos Humanos no Irã disse que seu caso seria revisto, embora afirmasse que a lei iraniana prevê execução por lapidação. Entretanto, no dia 11 de julho, o chefe do judiciário provincial no Azerbaijão do Leste, Malek Ezhder Sharifi, disse que o apedrejamento ainda estava em vigor e seria implementado a qualquer hora por decisão do chefe do judiciário, aiatolá Sadegh Larijani Malek.
Ezhder Sharifi disse também que Sakineh Mohammadi Ashtiani foi condenada à morte em conexão com o assassinato do marido, mas isso foi questionado por um dos advogados dela, que afirma que ela tinha sido indultada pela família do morto, mas foi condenada a 10 anos de prisão como “cúmplice” do crime.
Em 14 de julho, Sajjad Qaderzadeh, filho de Sakineh Mohammadi Ashtiani, foi chamado à prisão central de Tabriz. Acredita-se que foi interrogado por oficiais do Ministério da Inteligência que presumivelmente o advertiram a não dar mais entrevistas sobre o caso da mãe.
Ezhder Sharifi disse também que Sakineh Mohammadi Ashtiani foi condenada à morte em conexão com o assassinato do marido, mas isso foi questionado por um dos advogados dela, que afirma que ela tinha sido indultada pela família do morto, mas foi condenada a 10 anos de prisão como “cúmplice” do crime.
Em 14 de julho, Sajjad Qaderzadeh, filho de Sakineh Mohammadi Ashtiani, foi chamado à prisão central de Tabriz. Acredita-se que foi interrogado por oficiais do Ministério da Inteligência que presumivelmente o advertiram a não dar mais entrevistas sobre o caso da mãe.
3 comentários:
surreal...
W
Ando muito interessado em ver as reações internacionais diante de casos de pena de morte. Afinal, trata-se de ingerência externa, que viola o princípio da autodeterminação dos povos. É curioso, porém, como mesmo Estados violentos, antidemocráticos e fundamentalistas têm pedido arrego nessas horas.
Chama a minha atenção, também, que os protestos não assumem a mesma feição e intensidade no que tange às execuções nos Estados Unidos, que supostamente adotam métodos humanizados (é possível isso?) de execução.
Isto daria uma grande pesquisa, não?
W, realmente é surreal.
Yúdice,
Realmente não se vê a mesma reação. Mas os EUA são um lugar "civilizado", em que atos bárbaros são aceitos. Já em "locais bárbaros" tais atos, os mesmos atos, são injustificáveis.
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