terça-feira, 6 de abril de 2010

Sobre Leis - Murphy

"Você está preso em um engarrafamento gigantesco e está louco para chegar em casa. Para seu desânimo, percebe que todas as outras faixas parecem estar andando, menos a sua. Você muda de faixa, mas assim que passa para outra faixa os carros param. Com o carro parado, você nota que todas as faixas (incluindo a que você acabou de abandonar) estão andando"
Um dia de fúria!
Esse é um exemplo clássico da Lei de Murphy - tudo que pode dar errado vai dar errado - regra não escrita que serve para explicar quase tudo de negativo que nos ocorre. E apesar de muito falarmos na Lei, quase ninguém sabe quem foi Murphy, nome que hoje é quase sinônimo de azar.
O responsável pelo pão que cai com o lado da manteiga para baixo
Edward Murphy
Pois bem: Edward A. Murphy Jr. era engenheiro e Capitão da Força Aérea norte-americana quando, em 1949, na Base Aérea de Edwards, California, faziam-se testes sobre a capacidade humana em suportar a força da gravidade. Os americanos usavam um treno foguete que simulava a força de uma colisão em uma velocidade de 320 km/h, em um trilho de 800 metros. A parada, em menos de um segundo, era de tal forma brusca que o piloto de testes, Coronel John Paul Stapp, teve ossos quebrados, concussões e vasos sanguíneos rompidos. Para medir com precisão quantos Gs (medida da gravidade) um humano poderia suportar, o Capitão Murphy criou uma série de sensores que deveriam ser presos à roupa do Coronel Stapp enquanto da disparada do treno foguete.
Eddie Murphy não tem culpa de nada!
Os sensores eram caros e frágeis, de difícil produção, pelo que nada poderia dar errado. Mas qual foi a surpresa de todos quando, terminados os testes, o pobre Coronel jogado de um lado ao outro, os sensores simplesmente nada registraram. A resposta para o mistério foi um erro do técnico responsável por ligá-los, que ao se deparar com duas formas de fazê-lo, obviamente "optou" pela errada. Com TODOS os sensores ligados de forma incorreta, e irritado com seu trabalho jogado fora, além da perda da rara possibilidade de judiar do corpo do voluntário, o Capitão Murphy resmungou: "se há duas formas de fazer algumas coisa e uma delas vai resultar em um desastre, é assim que vai ser".
Coronel Stapp, voluntário e saco de pancada:
"Pelo bem da ciência"
Tempos depois, já esquecido o fatídico erro, em uma coletiva de imprensa sobre os testes realizados, o Coronel Stapp comentou que o experimento havia sido vítima da Lei de Murphy. O comentário causou reboliço entre os jornalistas que, pedindo maiores explicações, souberam: "Tudo que pode dar errado vai dar errado!" Em um primeiro momento a afirmação esteve restrita ao meio aeroespacial, mas não demorou para que caísse no dito popular, virasse livro, filme e regra geral.
Exemplo clássico de pequeno problema diário
Mas bem… A Lei de Murphy é válida? É uma verdade absoluta? O que ocorre é que tendemos a dar maior importância aos fatos negativos. Se você for almoçar e não se sujar, certamente não pensará: "poxa, como tão bem que nem me sujei". Por outro lado, basta um escorregão da sua mão para que surja o comentário: "como sou desastrado, sempre me sujo!"
Robinson Murphoé
(fraquíssima, me perdoem)
Quando tudo vai bem nem percebemos, pois as pessoas geralmente esperam que elas sejam assim. Por outro lado, quando elas dão errado, procuramos mil razões para a falha e não atentamos para o fato de que nossa vida é regida por probabilidades - tudo pode dar errado, e tudo pode dar certo! Assim, a Lei de Murphy tira vantagem da nossa tendência de enfatizar o que é negativo e não perceber o que é positivo.
A Lei de Murphy e os brasileiros
Depois disso, pensem que tudo pode dar errado ou certo em nossas vidas, em uma simples questão de probabilidade. E que nada é permanentemente ruim, nem permanentemente bom, pelo que é normal que tenhamos altos e baixos. E parem de culpar o pobre Murphy, que nem quis criar Lei nenhuma, por todos os seus problemas!
Literalmente, vai dar merda!
Se alguma coisa pode dar errado, dará. E mais, dará errado da pior maneira, no pior momento e de modo que cause o maior dano possível. E se algo pode dar certo, tem grandes chances de dar errado.

6 comentários:

Mari Tupiassu disse...

Eu tenho tentando ignorar essa coisa de que vai dar errado.

A vida dá certo todos os dias que saímos de casa e voltamos vivos.

Dá certo sempre que caímos e levantamos.

Dá certo quando amamos, quando sofremos e aprendemos algo. Ela sempre dá certo.

O olhar positivo é o que muda!

Lafayette disse...

Irás comentar duas leis universais, ainda não explicada corretamente, de acordo com os critérios psico-científicos, que rege quase todo mundo (deve ter uns dois ou três que não a seguem):

a) Porque se dá aquela olhadinha no papel higiênico, depois da "missão"?
b) Porque a tampa da privada da caimbra, geralmente, só na perna esquerda (repara só!)?

Ficamos no aguardo!

Anônimo disse...

Robinson Murphoé foi a coisa mais tosca que já li, mas eu ri muito

Maick Costa disse...

Muito bom o post, não conhecia a história do surgimento da Lei. E para o fato que originou a Lei só tem uma palavra para descrever o fato de quase matarem o Coronel Stapp e o experimento não ter dado resultado: PQP.

Anônimo disse...

Faço minhas as palavras do primeiro post.

" O olhar positivo é o que muda"

C'est la vie.

W

Tanto disse...

Malícia e W - realmente o olhar positivo muda tudo que vê.

Lafayette, fiz árdua pesquisa sobre as leis que me falaste, mas não encontrei muito material. Se tiveres algum, me manda e faço um balanço geral.

Anônimo das 16:14 - como disse, desculpem-me pelo trocadalho, mas não resisti.

Maick, eu adoro saber de onde as coisas surgem, daí a pesquisa sobre o Murphy.